Ritinha

Wednesday, March 29, 2006

Os meus Sobrinhos





Apresento os meus sobrinhos,
os meus anjinhos de olhos verdes,
os meus homenzinhos,
os meus pequenitos,
os amores da minha vida.
Com poucos anos de vida,
simbolizam tanto
com eles esqueço o resto do mundo,
a maldade.
Fazem-me concentrar neles
as brincadeiras deles
tudo o que for deles...
Ainda me lembro dos primeiros passos
das primeiras papas
das primeiras palavras.
Ainda me lembro bem
que tinham muita dificuldade
em me chamar Rita
diziam “ita”.
Quando vi o voo da cegonha
fiquei radiante.
Agora preocupo-me tanto
com eles.
Até dizem que sou uma tia babada =)

P.S: já não sei viver sem eles.

De esquerda é o Tomás
da direita é o Bernardo


Ritinha

Pôr do sol




Uma bola
enorme de fogo
Nem sei quantos metros
mede exactamente?
Mas sei que é alaranjado
que tem uns raios bonitos
que bronzeiam os homens
e aquecem a terra.
Aquilo que mais gosto
é do pôr do sol
parece que se vai embora
despedindo-se de nós,
do dia e a chama a noite
garantido que o amanhã
vai ser melhor do que hoje.
Para mim
não me importa de onde observo
o sol,
da praia,
da montanha,
da vila,
da cidade,
o que me importa
é a vista maravilhosa
que me faz sonhar...

Ritinha

Friday, March 24, 2006

Surdez






Apesar de ser uma pessoa
normal como todas as outras,
tenho uma diferença: sou surda,
e por não ouvir todos os dias.
Quando me observam pela primeira vez
não percebem o que sou,
pois entendo e comunico
com os ouvintes...
Esforço-me e sofro
com a frieza das pessoas.
A nossa língua é mágica,
uma dança das mãos,
com muito ritmo,
com muito movimento,
mas sem música
é completamente silenciosa.
Ao ver umas mãos
“ a dancar”
emociono-me, pois gosto de ver,
eles expressam tanta coisa,
tanta emoção.
Sofro por ser surda,
mas não sou muda,
como as pessoas pensam...
Há dias em que me orgulho
de ser surda
noutros tenho raiva
de mim pelas limitações
que me obriga a suportar.

Ao ser implantada
Não sou surda!
Não sou ouvinte!
Balanço entre dois mundos.
Por vezes, não sei a qual pertenço.
Por vezes, escolho a razão
outras, o coração.

Se um dia, Deus me perguntasse:
O que eu queria, apenas um pequeno desejo
mas muito importante.

Quero ouvir
não suporto mais a indiferença de algumas pessoas
mas queria manter as minhas raizes.
Surda por dentro
ouvinte por fora
manter a pureza dos gestos
e a alegria de batido de som.
Sou diferente? Não!!!!
Sou é especial, divido sentimentos
entre dois mundos
tão diferentes
e tão iguais.....


Ritinha

Sunday, March 19, 2006

Terra do Nunca







Para mim
este é um sítio maravilhoso
simplesmente muito bonito
não sei descrever por palavras,
pois não vou lá muitas vezes!
Mas há uma coisa
que eu sei de certeza absoluta
que é bonito!
Em princípio
quando estou triste, em baixo
vôuo para lá
para matar saudades,
principalmente..
de uma pessoa que amo imenso.
O homem que mais amo neste mundo...
O meu pai
com um grande P
apesar de ter partido muito cedo
não ter tido tempo de nós desperdimos.
Com ele
me sentia segura
com tanta maldade neste mundo
era ele que me adormecia
com o seu sorriso
quem me ensinou
bons modos, sentimentos puros, honestos,
para enfrentar este mundo.
Tinha um grande corpo,
parecia que estava sempre zangado
mas era muito bondoso,
uma boa pessoa
com um coração de ouro...
Sou tão parecida com ele
no corpo e na personalidade.

Quando bate a saudade do meu Pai
elevo o meu pensamento
e corro para a Terra do Nunca,
onde vivemos para sempre!

Amo-te Muito, pápá!

Ritinha

Tuesday, March 14, 2006

Neve







Aqui estou eu
sentada numa rocha
no meio de tanto gelo
ao caminho com
filas de carros à espera,
para chegar ao topo da
Serra da Estrela,
ziguezangueado.
Ao longe
parece que estou
numa tigela cheia de chantilly
com bons bocados de chocolate
Mas não..
Ao aproximar-me, percebo
que é neve...
lindo de morrer!
Quando se toca, derrete
está frio demias, mas é divertido
é branquinho como as nuvens
mas estou na terra.

Aproveito este
momento único
que estou a viver...
tirando fotografias
para poder recordar no meu coração
bem guardadinho

O sabor, a vista, o tacto...


Wednesday, March 01, 2006

Sozinha no mundo



Hoje sou apenas um céu sem luar,
Uma concha em pérola,
Sozinha sentada numa montanha russa
A funcionar.
Apenas eu,
Pensando que ninguém quer saber da minha existência.
Com os cabelos a voar
Olhos suaves morticos,
Acompanhado um rosto muito triste sem vida.
Rosto vincado pelas cicatrizes
Do mal que fizeram.
Abandonada por aí, numa estrada estreita
Com ratos esfomeados como se eu fosse uma boneca.
A maldade humana fez-me diminuir a força de viver.
Continuo a amar as pessoas
E eles nem percebem o meu sofrimento!


Ritinha

(naquele dia estava triste então escrevi este poema)